Lembranças, saudades ...

Hoje acordei relativamente bem, mas com o passar das horas, foram florescendo em minha mente algumas lembranças que me trouxeram muitas saudades... muitas mesmo!

E como a saudade dói, principalmente se a pessoa a qual sentimos não está tão perto de nós, ou nunca mais a veremos...

Em uma dessas lembranças, me veio o perfume de minha avó nas narinas - e como parecia que ela estava aqui perto de mim (e penso que estava, porque desde que ela partiu pra ficar juntinho de Deus, eu não sentia tanto a sua falta)! Ouvi sua doce voz a falar comigo naqueles dias da minha distante infância... fechei os olhos e a vi nitidamente, com seus cabelos grisalhos, sempre bem arrumados e sua roupa impecável! Sua bengala charmosa que a ajudava a locomover aquele corpo que a vida castigou tanto, com tantos sofrimentos e dificuldades - mãe de 12 filhos que ficou viúva tão nova!

Em outra, via minha mãe a pegar um dos livros de histórias e sentar-se ao meu lado na cama para contá-la, tentando diferenciar a voz conforme havia a troca dos personagens. Seu beijo quente na minha testa e com um "Boa noite preta" me cobria.....guardava aquele beijo comigo e dormia feliz, porque sabia que a veria novamente somente na noite seguinte! O cheiro de viagem nas roupas de meu pai quando retornava para casa após dias sem vê-lo...

Saudades das brincadeiras na rua de casa, com crianças (que cresceram assim como eu) e que não sei onde estão nesse momento! De tombos espetaculares no asfalto que meus joelhos podem provar pela quantidade de cicatrizes! Das tardes inteiras em casa com meus irmãos em que íamos para o fogão e fazíamos o que? Cobertura de bolo pra comer...

Saudades do Industrial e daquelas salas e corredores que presenciaram tantas coisas! Vidas que se desabrochavam ali, amizades verdadeiras que nasciam, fotos e mais fotos com o Frederico, meu ursinho, que era mascote da turma... fotos da turma do I, a qual fazia parte ativamente; cadernos de esquemas que entortavam nossas mãos; Educação Física com o Lóis, que era uma aula praticamente nula (por isso que perdíamos todos os Interclasses); nossa torcida organizada. Os gritos do Dagoberto ressoando pela sala, e que podiam ser ouvidos lá do pátio! Min Duim e T.U.D.O, nossas super empresas das aulas de OGE; Centro de Historiografia...e não podíamos esquecer do Recanto da Chibata - coisas de Gustavo!!!!

Outra ainda, de abraços tão aconchegantes e ternos, que me envolviam e me deixavam segura, como se o mundo parasse de girar e aquele momento fosse eterno...abraços do meu irmão de coração! Poderia ficar ali por horas, que a mesma intensidade no envolver com os braços permaneceria!

Saudades de gargalhadas noites adentro com minhas amigas, karaokês e dublagens perfeitas, que há muito não acontecem; fogueiras em dia de frio congelante; chocolate quente; encontros gastronômicos - camarão aos quatro queijos no dia do Amigo, macarronadas (com molhos branco e vermelho), strogonoffe; um grito de UNO bem dado; ganhar no Imagem&Ação, ou cantar noite adentro com acompanhamento de violões;  passar a noite inteira acordado para simplesmente ver o sol nascer; ir no Arenna para ver a amiga cantora ENCANTAR...Comer empadas e tomar capuccino no centro da cidade; quiçar nas lojinhas de bijoux de 1,00...

Fazendo essas memórias não póstumas, percebi que vivi muitas coisas, mais até que pensava que tinha!

Hoje literalmente, foi o dia das saudades! Apesar da dor que isso causa, como é bom lembrar, e chorar, e rir...porque é isso que se leva pra vida inteira - LEMBRANÇAS! O que iremos contar para nossos filhos e netos? São essas pequenas coisas que realmente fazem a diferença em nossas vidas!

FAMÍLIA, AMIGOS QUANTA FALTA VOU SENTIR DE VOCÊS... PRESENTES DE DEUS NA MINHA VIDA. VOCÊS TODOS, SEM EXCESSÃO FIZERAM DIFERENÇA NA MINHA HISTÓRIA!

NÃO IMPORTA A DISTÂNCIA, AMO muito cada um de vocês! Cada um nas suas particularidades - mas um mesmo é o amor!

Sorri quando a dor te torturar

E a saudade atormentar

Os teus dias tristonhos, vazios

Sorri quando tudo terminar

Quando nada mais restar

Do teu sonho encantador

Sorri quando o sol perder a luz

E sentires uma cruz

Nos teus ombros cansados, doridos

Sorri, vai mentindo a sua dor

E ao notar que tu sorris

Todo mundo irá supor

Que és feliz

"Charles Chaplin"